quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Armadura de Deus

Precisamos tomar cuidado pois corremos o risco de passar pela vida como covardes escondidos de nós mesmos, debaixo de uma armadura que criamos tomada medos e incertezas, a vestimos achando que nos proteje. Simplesmente porque não sabemos olhar para dentro de nós mesmos com honestidade, não com dureza, mas com olhos de verdade.

Lancelote, chamado 1° cavaleiro nos tempos do Rei Arthur, trazia consigo uma grande força. E essa força não estava na armadura que usava, mas sobretudo na armadura que trazia dentro de si.

Toda sua força estava em sua alma, na sua fé. Ele enfrentava os mais valentes guerreiros da época sem medo e sempre os vencia. Era imbatível.
Passava noites em claro orando e entregando a Deus a cada batalha que ia enfrentar na sua vida. E sua batalha não era somente contra os adversários do Rei Arthur e de seu povo.

Ele amava Ginevra, a rainha do trono do Rei e como era seu cavaleiro de maior confiança complicava ainda mais pois de forma alguma poderia trair Arthur. Mas ele com o amor no seu coração, com honestidade e fidelidade daquilo que sentia não desistia, independente de suas condições ele confiava em Deus.

Lancelote se manteve sempre fiel e honesto à Deus e consigo, mesmo com tudo contrário a ele.

Durante os desafios que passa, Lancelote afirma sempre seu amor pela rainha. É o que notamos no episódio em que uma donzela bela e graciosa o acolhe para passar a noite em seu castelo e em troca quer que ele se deite com ela.
Depois do jantar a donzela vai para seu aposento. Lancelote em seguida escuta gritos de socorro que vêm do quarto da donzela e a acode.
Lá encontra um homem que tenta estuprá-la, na porta existem guardiões. Lancelote combate contra todos e salva a donzela.
Nesse episódio ele supera a covardia “Se me deixar dominar pela covardia, não chegarei ao meu destino”
Porém, após a proeza, Lancelote por amor à rainha, não consegue cumprir o juramento de se deitar com a donzela.


Como nessa comprometedora situação a fidelidade a outro amor lhe imuniza e retém: “o cavaleiro só tem um coração e este não lhe pertence mais. Foi entregue a alguém e, assim, ele não pode de forma alguma dá-lo a outrem. Amor, que reina sobre todos os corações o faz permanecer fiel”

A Armadura de Deus lhe foi dada, devido sua entrega ao Pai para que seja feita a vontade Dele e não a sua, era daí que vinha sua força, alimentando sua alma e seu espírito e isso o tornava quase invensível.
Ele fazia diferença entre os outros cavaleiros, pois estava disposto a defender o seu povo buscando a justiça e a paz.
Se entregava a Deus de modo intenso, caminhava com Ele com a certeza que o ajudaria em sua causa nobre, por isso sua confiança era inabalável.

Nos campos de batalha contra os maiores guerreiros da época vencia de forma brava e todos queriam saber o seu segredo.
Seu segredo nada mais era do que fazer a vontade de Deus. Buscando para seu povo a paz e a justiça que tanto queriam. Além disso, Lancelote procurava sentir verdadeiramente o que seu coração lhe dizia, seguindo fiel em tudo que era nobre na sua vida e nunca olhando para trás. Isso lhe dava forças e nas suas lutas não pensava se iria vencer ou perder, viver ou morrer. Sabia que Deus estava com ele e carregava essa certeza em seu coração.

Rei Arthur tinha consciência disso quando lhe ofereceu um dos maiores cargos da côrte, o 1° cavaleiro da lendária Távola Redonda e inclusive em um dos momentos da história épica, o Rei elogia Lancelote dizendo que Deus aproveita de pessoas como ele para agir no mundo e fazer suas obras.

Deus age em pessoas que carregam dentro de si pensamentos e sentimentos nobres e que não se deixam levar pelas fraquezas e dificuldades, mas guardam a confiança que estão no caminho certo, e mesmo que tudo seja difícil lutam com unhas e dentes por sua vida e por sua causa, com a certeza de que Deus está guiando e Sua vontade será feita.

Willian Cristiano

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